Onça-pintada que matou caseiro no Pantanal é transferida para instituto de fauna em SP

Animal estava internado em centro de reabilitação e agora será acolhido em instituto especializado, após ataque fatal a homem em abril, no Mato Grosso do Sul.

Postado à 18 horas
Onça-pintada que matou caseiro no Pantanal é transferida para instituto de fauna em SP

A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, no Pantanal sul-mato-grossense, foi transferida nesta quinta-feira (15) para o Instituto Ampara Animal, na cidade de Amparo, interior de São Paulo. O felino estava sob os cuidados do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, desde o ataque.

No novo lar, o animal será mantido em um recinto amplo e cercado por vegetação nativa, simulando o ambiente natural. Segundo o veterinário Jorge Salomão, do Instituto Ampara, o espaço destinado à onça pode ter até 6 mil metros quadrados. “São recintos que imitam a vida livre, com grotões de mata nativa. Procuramos oferecer o máximo de conforto e bem-estar”, explicou.

A veterinária Aline Duarte, coordenadora do Cras, afirmou que, durante o período de observação, a onça recebeu alimentação baseada em carne e suplementação. “As primeiras alterações clínicas se mostraram agudas, mas com o tempo o quadro se estabilizou”, relatou.

O Instituto Ampara Animal abriga atualmente outras oito onças, sendo cinco pintadas e três pardas, todas impossibilitadas de retorno à natureza devido à interação humana.

Relembre o caso

No dia 22 de abril, os restos mortais do caseiro Jorge Ávalo foram encontrados em uma área de mata em Aquidauana, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. A Polícia Militar Ambiental identificou que o ataque havia sido provocado por uma onça-pintada, cujos rastros e toca foram localizados a cerca de 300 metros do rancho onde o homem trabalhava.

Durante o resgate do corpo, o felino também investiu contra os policiais, confirmando o comportamento agressivo. A perícia técnica determinou que Jorge morreu em decorrência de ataques causados pelo animal.

Investigações apontam que o ataque pode ter sido motivado por falta de alimento, comportamento defensivo ou até reação ligada ao período reprodutivo, quando os machos tendem a ser mais territoriais e agressivos. A Semadesc informou que não havia registros recentes de ataques semelhantes na região.

A decisão de não sacrificar o animal e encaminhá-lo a um instituto especializado gerou debate, mas foi amparada por órgãos ambientais que priorizam a preservação da fauna nativa e o respeito à legislação ambiental brasileira.

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