Mulher pede licença maternidade para cuidar de boneca reborn, vira alvo de chacota no trabalho e desiste de ação na Justiça

Um caso inusitado tomou conta das redes sociais nesta semana em Salvador. Uma mulher que trabalha como recepcionista desde 2020 entrou com uma ação na Justiça pedindo licença maternidade e salário-família para cuidar de uma boneca reborn, alegando que a considera sua filha. O pedido foi negado pela empresa e a funcionária afirmou ter sido alvo de chacotas e constrangimentos no ambiente de trabalho.

A ação trabalhista foi protocolada na terça-feira (27) no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA), mas acabou retirada dois dias depois, na quinta-feira (29), após grande repercussão negativa nas redes sociais.

Segundo os advogados da mulher, o foco da ação não era apenas o benefício da licença, mas o dano moral causado pelas ofensas que ela teria sofrido no ambiente profissional. Um superior teria dito que ela “precisava de um psiquiatra, não de benefício”.

A mulher alegava que o vínculo afetivo com a boneca reborn exigia o mesmo tipo de dedicação emocional que uma maternidade real. Na Justiça, ela pediu:

R$ 10 mil por danos morais, alegando "abalo psíquico profundo";

Rescisão indireta do contrato de trabalho, com liberação de FGTS, multa de 40%, seguro-desemprego, 13º proporcional, férias e salário;

Pagamento retroativo de salário-família;

Justiça gratuita.

A defesa reforçou que o caso envolvia constrangimento público e exposição vexatória, e que a relação de confiança entre empresa e funcionária havia sido rompida.

Mesmo com o recuo da ação judicial, o caso ainda gera debate nas redes sociais e entre especialistas sobre limites legais, saúde mental, empatia e relações de trabalho.

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