Descoberto na Bahia o maior cemitério de escravizados da América Latina, diz Ministério Público
Ossadas foram encontradas durante escavações em Salvador, em área pertencente à Santa Casa de Misericórdia; MP pede preservação imediata do local
Uma descoberta histórica e comovente foi anunciada nesta semana em Salvador, capital baiana: o que pode ser o maior cemitério de pessoas escravizadas da América Latina foi localizado durante escavações no estacionamento da Pupileira, área pertencente à Santa Casa de Misericórdia da Bahia.
A revelação foi feita durante uma coletiva de imprensa realizada na sede do Ministério Público da Bahia (MPBA), com a presença de promotoras de Justiça, pesquisadores e representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O MP já solicitou a preservação imediata do local e oficiou a Santa Casa para que a área não seja mais utilizada.
As escavações, conduzidas em dois pontos específicos — de 1x3 metros e 2x1 metros —, revelaram ossadas humanas a uma profundidade de 2,7 metros. Os materiais incluem ossos largos e dentes, típicos de adultos, e estavam em estado extremamente frágil, o que levou os pesquisadores a optarem por cobrir novamente a área para garantir sua integridade.
A descoberta tem forte valor histórico e simbólico, representando um capítulo sombrio da escravidão no Brasil. O MP e os órgãos de patrimônio reforçam a importância da preservação e do estudo do local, que pode trazer à luz informações fundamentais sobre as condições de vida e morte da população negra escravizada na Bahia.
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