"Tarcísio e Ciro negam plano golpista e dizem que Bolsonaro estava ‘triste e recluso’ após derrota"

Em depoimento ao STF, governador de SP e senador do PP afirmam que não houve menções a golpe por parte de Bolsonaro e que transição de governo foi conduzida com normalidade. Militares já haviam citado discussões sobre “minuta do golpe”.

Postado à 3 dias
Atualizado à 13 horas
"Tarcísio e Ciro negam plano golpista e dizem que Bolsonaro estava ‘triste e recluso’ após derrota"

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) prestaram depoimento nesta sexta-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Ambos negaram qualquer envolvimento ou conhecimento de planos golpistas e defenderam que a transição de governo foi respeitada.

 Tarcísio: “Nunca houve conversa sobre ruptura”

Aliado de primeira hora de Bolsonaro e eleito com seu apoio, Tarcísio disse que jamais ouviu qualquer menção a golpe por parte do ex-presidente, nem durante seu período como ministro da Infraestrutura. “O que vi foi um presidente triste e resignado”, afirmou.

O governador relatou que, após as eleições, viajou aos EUA para descansar e retornou ao Brasil para começar a transição em São Paulo. Durante visitas frequentes ao Palácio da Alvorada, garantiu que os diálogos com Bolsonaro se restringiam a “preocupações com o futuro do país” e à formação de sua equipe estadual. Sobre os atos de 8 de janeiro, Tarcísio foi categórico: “Bolsonaro sequer estava no Brasil nesse período”.

 Ciro Nogueira: “Bolsonaro respeitou a transição”

Ciro, ex-ministro da Casa Civil e presidente do Progressistas, afirmou que foi o próprio Bolsonaro quem o designou para coordenar a equipe de transição, destacando que todas as informações do governo foram repassadas com transparência.

Segundo ele, o ex-presidente enfrentava problemas de saúde e ficou emocionalmente abalado após a derrota, preferindo se recolher no Alvorada. “Em nenhum momento houve tentativa de impedir a posse de Lula. Tudo ocorreu dentro da normalidade”, garantiu.

Outras testemunhas confirmam clima de normalidade

Também prestaram depoimento Ana Paula Marra, secretária nacional de Assistência Social, e outras testemunhas ligadas à transição. Marra mencionou reunião com Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF, mas negou qualquer discussão sobre golpe.

Na semana anterior, os ex-comandantes das Forças Armadas confirmaram que houve discussões sobre a chamada “minuta do golpe”, mas deixaram claro que não houve adesão por parte das Forças.

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