Protesto em Caraíva cobra justiça por morte de guia turístico baleado em operação policial

Victor Cerqueira, conhecido como Vitinho, foi morto a tiros durante ação das polícias Militar e Federal; moradores negam envolvimento dele com o tráfico e pedem investigação com imagens de câmeras da região.

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Protesto em Caraíva cobra justiça por morte de guia turístico baleado em operação policial

Moradores de Caraíva, distrito turístico de Porto Seguro (BA), realizaram um protesto nesta segunda-feira, 12 de maio, após a morte do guia de turismo Victor Cerqueira Santos Santana, conhecido como Vitinho, de 30 anos. Ele foi baleado e morto durante uma operação conjunta das polícias Militar e Federal no último sábado (10), em uma ação que também resultou na morte de um suspeito identificado como “Alongado”, apontado como líder do tráfico de drogas na região.

Durante o protesto, moradores fecharam a balsa que dá acesso ao distrito, interrompendo temporariamente o fluxo de visitantes. A travessia foi retomada no início da tarde. Amigos e familiares de Vitinho negam qualquer envolvimento dele com o tráfico de drogas e acusam a polícia de erro na ação. Cartazes com pedidos de justiça foram espalhados por manifestantes, que também anunciaram que solicitarão imagens de câmeras de segurança de empreendimentos próximos ao local onde ocorreu o confronto.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o objetivo da operação era cumprir um mandado de prisão contra “Alongado”, que seria líder de uma facção criminosa envolvida com tráfico de drogas e armas, homicídios, roubos e lavagem de dinheiro. A SSP informou que houve confronto e que os dois homens foram baleados e não resistiram.

O delegado Bruno Barreto, titular da delegacia de Trancoso — responsável também por Caraíva —, afirmou que a Polícia Civil não foi acionada para a operação. Ele declarou ainda que Victor não tinha passagens pela polícia.

Vitinho era conhecido em Caraíva como guia turístico e promovia passeios de lancha, buggy, cavalo e visitas às comunidades indígenas da região. Nas redes sociais, divulgava seus serviços como guia local e era bastante popular entre moradores e turistas.

Além disso, dias antes de morrer, Vitinho havia procurado a delegacia para denunciar um caso de injúria racial. Segundo o boletim de ocorrência, uma postagem nas redes sociais o acusava falsamente de roubo de uma escada em uma pousada. Ele afirmou que a verdadeira responsável por pegar o objeto era outra pessoa, mas apenas sua imagem — sendo um homem negro — foi exposta nas redes sociais. A denúncia, segundo a polícia, não tem relação com a operação que resultou na sua morte.

Até o momento, as polícias Militar e Federal não se pronunciaram oficialmente sobre o caso, apesar dos pedidos de esclarecimento feitos pela imprensa.

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